quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Bulimia Nervosa

A palavra bulimia tem uma raiz grega que significa "fome de boi". O termo "Bulimia Nervosa" foi introduzido por Russell em 1979, sendo est o 1º a fazer a descrição completa do quadro clínico e a estabelecer os primeiros critérios diagnósticos para este transtorno. Definiu 3 características fundamentais:

  • Os doentes sentem uma necessidade imperiosa e compulsiva de comer em excesso;
  • Fazem tentativas para evitar o aumento de peso provocado pelos alimentos ingeridos através do recurso a vómitos e laxantes;
  • Têm um receio mórbido de engordar;

Em 1983 Russel acrescentou outro critério diagnostico:A exigência de um episódio anterior, manifesto ou critico de Anorexia Nervosa. Desde então se incluiu uma nova questão que continua sendo muito debatida na atualidade. A possível relação entre os diferentes distúrbios alimentares. Não é raro que um a paciente com anorexia nervosa evolucione, no futuro, para uma bulimia nervosa, existem também bulímicos que registam um peso normal (não anoréxicos).


terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Sinais que podem indicar a presença da Anorexia

Sinais Físicos:

  • Inicia restrições alimentares
  • Perda importante de peso, não justificada
  • Frio excessivo
  • Sono excessivo
  • Lanugo (o corpo fica coberto com uma penugem fina)
  • Amenorréia (falta de menstruação) pelo menos 3 ciclos
  • Queda de cabelo
  • Consumo elevado de alimentos ricos em vitamina A e caroteno, como cenoura, confere à pele de alguns portadores de Anorexia coloração amarelada.

Alterações Comportamentais :

  • Mudanças bruscas de humor (irritabilidade, agressividade, impulsividade). Também pode passar por momentos de muita tristeza, apresentando sentimentos de culpa e baixa auto-estima.
  • Desculpas para não comer em casa
  • Podem utilizar laxantes, diuréticos, e/ou qualquer erva ou “medicamento” que favoreça ou “prometa” o emagrecimento.
  • Desejo claro de perder peso. Tanto estando dentro da faixa de peso normal para a idade/altura, quanto estando abaixo desta. Este desejo mantém-se até mesmo quando estão extremamente magras.
  • Alimenta-se sozinha
  • Preocupação exagerada com o conteúdo calórico dos alimentos e por dietas. Podem “vigiar” a preparação dos alimentos
  • A princípio evitam determinados alimentos: doces, pães, batatas, arroz, frituras, etc. Posteriormente passam a eliminar da sua dieta um numero cada vez maior de alimentos, até chegar a se alimentar única e exclusivamente de verduras ou frutas (e cada vez em menores quantidades). Podem consumir somente alimentos “light”. E inclusive a viver somente de líquidos
  • Aumento de interesse pela imagem e/ou peso. Queixam-se com frequência do seu peso, “estou gorda”, e da aparência física.
  • Aumento no controlo do peso, pesam-se constantemente, inclusive várias vezes ao dia.
  • Comparam-se constantemente com modelos e/ou outras figuras de admiração.
  • Isolamento social e/ou familiar
  • Aumento da actividade física. Os exercícios exagerados são realizados com a finalidade de perder peso, podem desejar ir caminhando para todos os lugares, caminhando assim várias horas. Evitam os elevadores e usam as escadas, passam horas no ginásio, correm, etc.
  • Racionam a comida, deixando restos no prato. Também podem "brincar" com a comida antes de levá-la até a boca
  • Mentem sobre ter ou não comido, podem “esconder” a comida e depois deitá-la fora.
  • Podem apresentar uma obsessão com os estudos, dedicando-se várias horas
  • Insónia
  • Obsessão pela comida e ligação com a cozinha, falam constantemente sobre dietas e sobre a quantidade de calorias dos alimentos. Muitas vezes gostam de cozinhar para a família, podem coleccionar receitas e gostam de controlar a comida que existe m casa, fazendo listas de compras, ou, comprando os alimentos. Podem preparar pratos saborosos e elaborados para a família. Porém, elas mesmas nunca os comem.
  • Podem começar a apresentar problemas de relacionamento com outros membros da família. Especialmente a figura materna (ligada à alimentação).
  • Sofrem de sentimentos de culpa após terem comido.
  • Podem vomitar após se alimentarem (bulimia).
  • Vestem-se frequentemente com roupas largas e sobrepostas, cuja função a principio é dissimular os supostos defeitos físicos (quadris largos, abdómen, etc.). Posteriormente sua função passa a ser a dissimulação da magreza extrema. Tem dificuldade em se vestir e escolher roupas, sempre buscando esconder o seu corpo cada vez mais magro, sob camadas de roupas.
  • Alguns tornam-se ritualistas: ocupando sempre o mesmo lugar na mesa, os pratos também devem estar arrumados de uma maneira simétrica, assim como os copos e talheres.
  • Recusam-se a comer em quantidades normais apesar dos riscos, recomendações, ordens e/ou ameaças familiares e inclusive médicas.

História da Anorexia

A anorexia nervosa é uma doença descrita há muitos anos e que desde sempre tem suscitado o interesse dos investigadores. As protagonistas desta história que tem atravessado séculos são na sua maioria mulheres, uma espécie de heroínas trágicas com um percurso de vida que mistura misticismo, rebeldia, dedicação e morte. Na Idade Média, existiu o que mais tarde se veio a chamar anorexia mística, diferente da concepção moderna de anorexia, e que afectava sobretudo mulheres muito devotas à religião, como foi o caso de Catalina Bennicasa e mais tarde de Santa Catarina de Siena.

A primeira descrição médica da doença foi feita em 1694 pelo inglês Thomas Morton, que a designou "caquexia nervosa" e a descreveu como “atrofia nervosa, consumptiva, sem febre, tosse ou dispneia”. Já a denominação mais específica "anorexia nervosa” surgiu com William Gull a partir de 1873, referindo-se à “forma peculiar de doença que afecta principalmente mulheres jovens e caracteriza-se por emagrecimento extremo[...]” cuja “falta de apetite é [...] decorrente de um estado mental mórbido e não a qualquer disfunção gástrica[...]”.


Já no século XX, só a partir dos anos 70 é que a investigação e a clínica da anorexia nervosa sofreram impulsos decisivos, devido aos contributos de três investigadores: Hilde Bruch, Arthur Crisp e Gerald Russell. Bruch chama pela primeira vez atenção para a perturbação da imagem corporal de que sofrem estas doentes. Crisp definiu a anorexia nervosa como uma "fobia do peso", devido ao receio mórbido que estes doentes têm de engordar, relacionando-a com as dificuldades psicológicas de encarar as transformações da puberdade e da adolescência. Em 1970, Russell estabeleceu pela primeira vez as três características fundamentais da anorexia:

  • Comportamento persistente com o objectivo de perder peso;
  • Alterações psicológicas causadas pelo medo de engordar;
  • Alterações endócrinas, como falta de menstruação (amenorreia) nas mulheres e falta de interesse sexual nos homens.


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Introdução ao nosso blog


Este blog foi criado no âmbito da disciplina de Área de Projecto. Escolhemos o tema "Anorexia e distúrbios alimentares relacionados" pois temos consciência que este é um problema grave que tem vindo a afectar cada vez mais mulheres, levando-as muitas vezes à morte. Com as exigências estéticas da sociedade actual e um ideal de beleza que não permite qualquer excesso de peso, as pessoas tendem a seguir caminhos errados, essencialmente os jovens que valorizam demasiado a imagem, acabando por ter graves problemas de saúde.

Assim, com este trabalho tem como objectivos:

  • Informar sobre os vários distúrbios alimentares associados à anorexia;

  • Mostrar como é possível identificar as várias doenças, através dos vários sintomas apresentados;

  • Mostrar os vários meios de apoio/ajuda para lidar com os doentes e como ajudar a tratá-los;

  • Investigar sobre a influência da sociedade na doença e possíveis sugestões de intervenção;

  • Descobrir as principais dúvidas sobre o assunto e tentar esclarece-las.

Como produto do nosso projecto este blog foi realizado com o intuito de informar e alertar todos aqueles que o visitarem. Pretendemos também apelar à consciência das pessoas (particularmente à dos jovens) para não se deixarem influenciar em demasia pelas imagens incutidas pelos media, pois poderão pôr em risco a sua saúde e comprometer o seu futuro.


Esperamos que gostem e que se sintam à vontade para expôr as vossas dúvidas e opiniões.